Quem já está inserido no mercado de trabalho há certo tempo sabe que há dias em que é preciso exceder o horário combinado. Seja para corrigir um erro de última hora, atender ao pedido de um cliente ou entregar um projeto a tempo: horas extras, às vezes, são inevitáveis. No entanto, o que você faria se esse tempo a mais de trabalho se tornasse obrigatório (e não fosse pago)?Nos últimos anos, tornou-se cada vez mais comum acompanhar notícias e artigos sobre games que envolvem o termo em inglês “crunch”. Embora a palavra não tenha um significado preciso, ela geralmente aparece associada a longos períodos de trabalho não remunerado que se mostram obrigatórios para finalizar grandes projetos.
No entanto, seria simplista afirmar que estamos falando somente de horas extras obrigatórias. Aproveitando-se da paixão dos profissionais da área, muitas empresas transformaram o crunch em um “estilo de trabalho” e esperam que funcionários abram mão de suas vidas pessoais e saúde para trabalhar cada vez mais.
Crunch faz parte do nascimento da indústria de games
Conforme explica o jornalista Jason Schreier em um artigo no Kotaku, a prática do crunch pode surgir em “milhares de formas e tamanhos, variando conforme o calendário, o tipo de game, a escala de um time, prazos, contratos, a equipe, a publicadora, a liderança, a quantidade de dinheiro no banco e muitos outros fatores”.
Enquanto a prática não tem uma data de origem específica, ela pode ser ligada ao começo da indústria de jogos. Em um momento marcado por equipes pequenas que ainda descobriam como trabalhar no meio, era comum que muitas pessoas dormissem no escritório e dedicassem suas vidas a projetos.
É de conhecimento público que jogos como Super Mario Bros, Super Metroid, Final Fantasy e diversos outros “clássicos” foram criados por equipes com prazos apertados e longas horas de trabalho. Isso criou inclusive uma certa romantização sobre o assunto, como se somente através do sofrimento e da dedicação total fosse possível criar jogos de qualidade.
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