O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou nesta sexta (15) o sigilo dos depoimentos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ex-ministros e militares envolvidos em uma tentativa de golpe de Estado que levou à deflagração da Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal, no começo do mês de fevereiro.

A PF reuniu 27 pessoas envolvidas na investigação, 15 delas ficaram em silêncio nas oitivas, caso do ex-mandatário. Um dos depoimentos mais detalhados sobre as supostas ações da cúpula do governo Bolsonaro foram feitas pelo ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior.
Segundo ele, o ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, chegou a ameaçar Bolsonaro de prisão, se o ex-presidente decidisse implementar uma Garantia de Lei e Ordem (GLO) ou declarar Estado de Defesa ou Sítio no país.
Baptista Junior afirmou que Bolsonaro tentou ainda recorrer à Advocacia-geral da União (AGU) sobre “qualquer medida que pudesse ser tomada contra o resultado das eleições” de 2022, quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito presidente. No entanto, o então AGU, Bruno Bianco, ressaltou que pleito ocorreu "de forma legal, dentro dos parâmetros jurídicos".
Para o ex-comandante da FAB, o posicionamento de Freire Gomes foi essencial para evitar uma suposta tentativa de golpe articulada por Bolsonaro. "Indagado se o posicionamento do general Freire Gomes foi determinante para que uma minuta de decreto que viabilizasse um golpe de Estado não fosse adiante respondeu: que sim, que caso o comandante tivesse anuído, possivelmente, uma tentativa de golpe de Estado teria se consumado" , diz trecho do depoimento de Baptista Junior.
Valdemar diz ter sido pressionado por Bolsonaro
Outro depoente que impôs Bolsonaro no suposto plano golpista foi o presidente nacional do PP, Valdemar Costa Neto. O político relatado à PF que foi pressionado por ex-mandatário e por deputados para ajudar a ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) questionando o resultado do segundo turno das eleições presidenciais de 2022.
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